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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Suplementação proteica: opções existentes no mercado


Este ano a portaria de nº 222, a qual regulamenta o uso de suplementação alimentar para praticantes de atividades físicas será revista. A referida portaria foi publicada em 24 de março de 1998 pela Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e no uso de suas atribuições legais considera:

A necessidade de orientações precisas quanto ao uso de suplementação alimentar por pessoas que praticam atividade física; a necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando a proteção à saúde da população e a necessidade de fixar a identidade e as características mínimas de qualidade. Os produtos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física foram classificados em seis divisões. Duas delas são as mais procuradas por aqueles que desejam realizar a suplementação protéica. São as categorias Alimentos Proteicos para praticantes de atividades físicas” e Alimentos Compensadores para praticantes de atividades físicas.

1) Alimentos Protéicos: São suplementos com predominância de proteína(s), hidrolisada(s) ou não, em sua composição, formulados com o intuito de aumentar a ingestão destes nutrientes ou complementar a dieta de atletas, cujas necessidades protéicas não estejam sendo satisfatoriamente supridas pelas fontes alimentares habituais. A composição protéica deve ser constituída de, no mínimo, 65% de proteínas de qualidade nutricional, que devem ser equivalentes às proteínas de alto valor biológico2. Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e/ ou minerais. Podem conter ainda carboidratos3 e gorduras, desde que a soma dos percentuais do valor calórico total de ambos não supere o percentual de proteínas.

2) Alimentos Compensadores: São suplementos formulados para serem utilizados na adequação de nutrientes da dieta de praticantes de atividade física. Devem conter concentração variada de macronutrientes, obedecendo os seguintes requisitos no produto pronto para o consumo: - Carboidratos: abaixo de 90%; - Proteínas: do teor de proteínas presentes no produto, no mínimo 65% deve corresponder à proteína de alto valor biológico; - Gorduras: do teor de gorduras, a relação de um terço de gordura saturada, um terço monoinsaturada e um terço poliinsaturada; - Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e/ou minerais.

Desta forma, observa-se que as principais diferenças entre os suplementos protéicos e os suplementos compensadores seriam:

a) A proporção de proteína, em relação ao valor calórico do produto. Nos suplementos protéicos a proteína deverá representar mais da metade do valor calórico total do produto, o que já não representa uma obrigatoriedade para os suplementos compensadores. Entretanto, engana-se quem acredita que os suplementos compensadores forneceriam, portanto, menor concentração de proteína por dose, isto porque produtos classificados nesta categoria costumam sugerir uma dose bem maior e que, muitas vezes, além de gerar uma elevada ingestão calórica também forneceria uma elevada quantidade de proteína, conforme pode ser observado através da tabela 1.

Tabela 1 – Comparação entre um Alimento Protéico e um Alimento Compensador de uma mesma marca






Desta forma, quando comparamos os produtos pela dose recomendada pelo fabricante chegamos a acreditar que ambos fornecem quantidades praticamente idênticas de proteína, mas, na verdade, o consumo deve estar sempre atento às quantidades (em gramas ou mililitros) do produto sugeridas por dose, pois parece muito injusto acreditar que ambos forneceriam quantidades semelhantes de proteína enquanto um deles sugere que o consumidor utilize 160g do produto por dose, no caso do Alimento Compensador utilizado como exemplo, e o outro sugere uma dose quase três vezes menor (62g). Sendo assim, todas as vezes que desejamos comparar a proporção de macronutrientes que cada suplemento oferece, devemos convertê-los para uma mesma quantidade, conforme foi feito na tabela 1. Observem que ambos em 100g apresentam uma diferença bastante significativa de proteína, mas com valor calórico semelhante.

Com base no anteriormente exposto, muitos de vocês podem acreditar que os Alimentos Protéicos pelo próprio nome e maior concentração de proteína, seriam os mais indicados para aqueles que desejam, por exemplo, aumentar a massa muscular, mas não é bem assim. Notem que o Alimento Protéico citado como exemplo e a maioria dos concorrentes (façam uma pesquisa de mercado e confiram o que eu estou falando) não apresenta carboidrato na sua composição. Desta forma para melhores resultados, deverão estar associados a frutas, cereais, pães ou outras fontes de carboidrato.

Se necessário for, o nutricionista costuma estimular a inclusão de suplementos sem a supressão dos alimentos, especialmente porque nos alimentos costumamos encontrar muito mais do que os macronutrientes citados na tabela 1, ou seja, uma variedade maior de fibras, vitaminas e minerais, por exemplo. Além disso, não irá sugerir as quantidades com base nas recomendações sugeridas pelo fabricante do produto, mas sim com base na quantidade que julgar necessária para atender a cada caso, levando em consideração também a digestibilidade e palatabilidade do preparo.

Agora analisemos a tabela 2. Nela demonstro duas opções para que o leitor possa observar como seria a comparação entre um Alimento Protéico associado a alimentos comuns e a utilização pura e simples de um Alimento Compensador para satisfação das mesmas necessidades.

Tabela 2 – Comparação entre a associação de um Alimento Protéico com alimentos comuns e a utilização isolada de um Alimento Compensador.






Continuando a citar as principais diferenças entre os suplementos protéicos e os compensadores temos também:

b) A quantidade de carboidratos e lipídios por dose. Os suplementos compensadores costumam fornecer quantidades superiores, em comparação com os suplementos proteícos, conforme já pudemos observar na tabela 1;

c) A quantidade do produto sugerida por dose. Os compensadores costumam sugerir doses bem mais volumosas, em comparação com os protéicos, conforme já pudemos também observar na tabela 1;

d) A variedade de apresentação dos produtos. Existem suplementos protéicos disponibilizados na forma líquida, por exemplo, a base de proteínas já hidrolizadas, ou seja, aminoácidos e peptídios (estruturas de tamanho intermediário entre os aminoácidos e as proteínas). Um destes produtos seria o Amino 2222 Liquid® (Performance Nutrition®).

Estas opções, a princípio, representariam algo mais prático e de mais rápida absorção, porém menos concentrados em proteína por dose. Entretanto a sua prescrição ocorre menos frequentemente, pois o consumidor costuma reclamar muito mais do sabor de produtos líquidos prontos para consumo do que do sabor dos produtos em pó. Estes últimos, antes de serem consumidos precisam ser misturados à água, leite ou suco, de modo que acabam assemelhando-se a uma vitamina, enquanto que os produtos líquidos se assemelham a xaropes de sabor não muito agradável. O mercado ainda oferece uma variedade de opções de proteína, sendo as principais a Albumina, a Caseína e a Whey Protein, de modo que já existem produtos que trazem estas opções separadamente ou misturadas.

Aqueles que desejarem saber se precisam ou não utilizar suplementos, antes de realizarem investimentos desnecessários, através da compra de produtos de elevado custo que possam colocar a saúde em risco, devem agendar uma consulta com nutricionista especializado na área esportiva. Somente este profissional tem condições de escolher qual categoria irá atender melhor às suas necessidades, qual apresentação mais conveniente e as quantidades que devem ser utilizadas.
Letícia Azen Alves

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